domingo, 19 de julho de 2009

Reticências não são pontos finais

Acreditava eu que tudo na vida tinha um ponto final, que um dia diziamos “chega!” e os momentos acabavam e não passavam de memórias. Mas afinal quando tudo isto recomeçou eu tinha razão: aquilo que nós vimos foram reticências e não o ponto final que pensámos que há muito existia. Conheco-te, conheces-me, conhecemo-nos. Sabemos cada palavra antes de a dizer, cada abraço antes de ele vir. Sabemos conversar apenas com uma troca de olhares, agarrar as mãos e sentir aquela segurança. Pela segunda vez na nossa vida deixámos de falar, deixámos que qualquer coisa tentasse superar esta amizade, mas afinal ela era das melhores e quando eu voltei tu vieste comigo, deste-me a mão e disseste que me conhecias e sabias que um dia eu ia cair com os pés na terra e ia falar contigo. Tinhas razão. Voltei. Mas não voltei como esperávamos. E agora estamos num circulo, aquele circulo que mostra as reticências de uma amizade desde crianças pequeninas pequeninas pequeninas. Hoje, depois de tantas zangas e reconciliações eu continuo a conhecer-te como poucos, contínuo a ser o apoio naqueles dias menos bons, contínuo a imbirrar contigo, mas também a sorrir. E agora? Agora “onde Deus me levar”…

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Perfeitamente Parvas!

Para vocês
que conhecem cada palavra e cada silêncio,
cada sorriso e cada lágrima,
cada momento, cada sentimento.

Para vocês
que me conhecem como poucos,
que entraram na minha vida de uma maneira espontânea e que eu não vou deixar sair,
que me habituaram a vossa presença de uma maneira inexplicável.

Para vocês
que conhecem as barrosãs,
os sorrisos de mil andares,
picoas e o estoril.

Só vos adoro! Minhas P - I LOVE YOU

Vou ter saudades vossas =$

Um frase vale mais que mil palavras

"- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu o principezinho com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
- Estou aqui
, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu?, disse o principezinho. És bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
-Anda brincar comigo, propôs-lhe o principezinho. Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou.
- Ah! Perdão,
disse o principezinho.
Mas depois de ter reflectido, acrescentou:
- Que significa “cativar”?
- Tu não deves ser de aqui
, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que significa “cativar”?
- Os homens,
disse a raposa, têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. É o único interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?
- Não
, disse o principezinho. Ando à procuro amigos. Que significa “cativar”?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu,
disse a raposa, Significa “criar laços…”
- Criar laços?
- Isso mesmo,
disse a raposa. Para mim, não passas por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei única no mundo para ti…
- Começo a compreender,
disse o principezinho. Existe uma flor… creio que ela me cativou…
- É possível.
- disse a raposa.- Vê-se de tudo à superfície da Terra…
- Oh! Não foi na Terra,
disse o principezinho.
A raposa mostrou-se muito intrigada.
- Noutro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse tal planeta?
- Não.
- Isso tem muito interesse. E galinhas?
- Não.
- A perfeição não existe
, suspirou a raposa.

Mas voltou à mesma ideia.

- Levo uma vida monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas são iguais e todos os homens são iguais. Por isso me aborreço um pouco. Mas, se tu me cativares, será como se o Sol iluminasse a minha vida. Distinguirei, de todos os passos, um novo ruído de passos. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra. Os teus hão-de atrair-me para fora da toca, como música. E depois, olha! Vês, lá adiante, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E é triste! Mas os teus cabelos são cor cor de oiro. Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. Como o trigo é doirado, fará lembrar-me de ti. E hei-de amar o barulho do vento através do trigo…

A raposa calou-se e olhou por muito tempo o principezinho.

- Cativa-me, por favor, disse ela.
- Tenho muito gosto, respondeu o principezinho, mas falta-me tempo. Preciso de descobrir amigos e conhecer muitas.
- Só se conhecem as coisas que cativam
, disse a raposa. Os homens não têm muito tempo para tomar conhecimento de nada. Compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem mercadores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
- Como é que hei-de fazer?, disse
o principezinho.
- tens de ter muita paciência, respondeu a raposa.Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo cantinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto…

No dia seguinte, o principezinho voltou.

- Era melhor teres vindo à mesma hora, disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, às três já eu começo a ser feliz. À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas já começarei a agitar-me e a inquietar-me; descobrirei o preço da felicidade. Mas se vieres a uma hora qualquer, nunca posso saber a horas hei-de vestir o meu coração… São preciso ritos.
- O que é um rito? disse o principezinho.
- É também qualquer coisa de que toda a gente se esqueceu, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas. Há um rito, por exemplo, entre os meus caçadores. Dançam às quintas-feiras com as raparigas da aldeia. A quinta-feira é, por isso, um dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem num dia qualquer, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias.

Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando se aproximou a hora da partida:

- Ah! disse a raposa… Vou chorar.
- A culpa é tua
, disse o principezinho,não queria que te acontecesse mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- É certo
, disse a raposa.
- Mas vais chorar!, disse o principezinho.
- É certo, disse a raposa.
- Então não ganhas nada com isso!
-Ganho, sim,
disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois acrescentou:

-Vai ver as outras rosas. Compreenderás que a tua é unica no mundo. Quando voltares para me dizer adeus, faço-te presente de um segredo.

O principezinho foi ver as outras rosas.

-Vós não sois nada parecidas com a minha rosa; ainda não sois nada, disse-lhes ele. Ninguém vos cativou, nem vós cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa. Não passava de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas fiz dela minha amiga e agora é única no mundo.

E as rosas ficaram bastante aborrecidas:

-Vós sois belas, mas vazias, disse-lhes mais. Ninguém vai morrer por vós. É certo que, quanto à minha rosa, qualquer vulgar transeunte julgará que ela se vos assemelha. Mas, sozinha, ela vale mais do que vós todas juntas, porque foi ela que eu reguei. Porque foi ela que eu pus numa redoma. Porque foi ela que abriguei com um biombo. Porque foi por causa dela que matei as lagartas (excepto duas ou três para as borboletas). Porque foi ela e só ela que ouvi lamentar-se ou gabar-se, ou mesmo, por vezes calar-se. Porque é a minha rosa.

E voltando para junto da raposa:

-Adeus, disse ele.

-Adeus, disse a raposa. Vou dizer-te um segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invísivel para os olhos.

-O essencial é invísivel para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se recordar.

-Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.

-Foi o tempo que perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se recordar.

-Os homens esqueceram esta verdade. mas tu não deves esquecê-la. Ficas para sempre responsável por aquele que cativaste. És responsável pela tua rosa.

-Sou responsável pela minha rosa, repetiu o principezinho a fim de se recordar.”

O principezinho, Antoine Saint-Exupéry

Obrigada por seres responsável por tudo aquilo que cativas-te. Desde o início e que seja até sempre! Vou ter saudades suas =$


domingo, 5 de julho de 2009

O outro lado de mim...

Ontem alguém escreveu sobre a época de exames e sobre como isso tem uma influência enorme na nossa maneira de estar e de sentir. Apagaste porque destoa não foi amor? Hoje escrevo eu, porque acho que quando criei este blog não foi para partilhar bons ou maus momentos, foi para partilhar a vida. Então eu digo que desisti! Vivi uma fase na minha vida que me tirou toda a auto-confiança, que me rebaixou e acabou comigo e hoje, às vezes, não me sinto capaz de ultrapassar tudo sozinha exactamente por causa disso. Agora, eu que sempre ouvi dizer que era uma pessoa forte, não sou mais capaz de acreditar que consigo fazer aquilo que quero e ultrapassar esta última semana que chega e nos deita abaixo, porque não nos deixa compreender aquilo que espera de nós. Eis então que se mostra mais uma faceta de mim, em que “eu já perdi a confiança, não sei sonhar”. Mas sabem, se eu acho que não consigo, tenho a certeza que outros conseguirão, portanto fica aqui uma palavra para todos vocês: “YOU CAN DO IT”.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Primeiro estranha-se, depois estranha-se"

Há alturas na vida em que nos apercebemos da importância que as pessoas têm para nós e de como a sua presença altera o nosso estado de espírito e hoje é um desses dias. Dentro de menos de uma semana vou-me embora e queria levar comigo todos esses sorrisos que partilham cada dia e que me conhecem ao ponto de não ser preciso falar para se entender cada olhar. Mas nem sempre tudo acontece como nós queremos e eis-me portanto neste momento a escrever para todos aqueles de quem vou ter saudades este Verão. Sei que há alturas em que vai ser mais fácil, porque simplesmente não vai haver espaço nem tempo para pensar. Outros amigos virão, outras vivências chegarão, mas afinal nada conseguirá substituir aqueles sorrisos que me habituaram à sua presença todos os dias. Resta-me então lutar. Lutar para não deixar que aconteça aquilo que me aconteceu quando vim para Cascais, em que as amizades mais importantes se foram dissipando com o tempo até chegarem apenas a meros momentos de alegria quando todos juntos vamos visitar a nossa velha casa que nos espera todos os fins-de-semana, mas que só uma vez por mês nos vê chegar. E sabem porque é que espera e nós não chegamos? Sabem porque é que isso acontece? Exactamente porque aqui eu encontrei tudo aquilo que procurava. Encontrei pessoas, amigos, vivências, histórias e acima de tudo momentos que me deixaram renascer. Agora é então a minha vez de retribuir cada segundo e não deixar que apenas uma distância de muitos ou milhares de quilómetros acabe com tudo aquilo que se construiu, todas as histórias que se foram conhecendo, todos os bocadinhos que se foram partilhando. Que lutemos, que partilhemos mesmo quando é mais difícil, que continuemos a viver cada palavra mesmo quando parece mais complicado, porque afinal tudo o que eu quero é “Que o vento vos traga e nos leve”.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

1, 2, 3

Há momentos marcantes na nossa vida, pessoas que merecem sentir-se realmente importantes e um conjunto de objectivos, histórias, tristezas e alegrias que merecem ser recordadas.

Não há muito tempo começou uma nova etapa na minha vida e com ela vieram um conjunto de experiências maravilhosas que vale realmente a pena viver e lembrar. Note-se que ao princípio desejava mais que do que tudo mudar e sair daquela terrinha que já não satisfazia a minha curiosidade, mas ao mesmo tempo pessoas, factos, sorrisos e memórias prendiam-me àquele cantinho que hoje recordo por vezes com saudade. Esta mudança de que falo agora revelou-se portanto uma das maiores aventuras da minha vida, revelando também ser um dos acontecimentos, se não mesmo o acontecimento, mais importante até hoje. Vieram mudanças, um conjunto de pessoas diferentes, com princípios diferentes, histórias diferentes; vieram experiências que se foram revelando desde conhecer de novo aquela sensação de pessoas que mal se conhecem, mas parece que se conhecem há muito mais tempo até pintar paredes, cuspir fogo ou simplesmente rir até doer a barriga; vieram também amigos, mas não amigos, eu diria mesmo AMIGOS, daqueles que como alguém diria são para a vida, aqueles que conhecem cada palavra, cada passo, cada sentimento e a vocês, desde Outubro a Fevereiro, eu devo-vos mesmo isso: a vida! Vieram as quintas-feiras no Campo Pequeno, as noites na carruagem a comer o doce da casa e hamburguers, o pipers, as compras do Facebook e claro, as barrosãs, o flubber, os pastéis de Belém, o Cais do Sodré, a Ajuda, o traje, as pixus e muito mais vivências que desvendaram a Inês que durante muito tempo esteve encoberta. Mas para além disto tudo, se não mesmo o mais importante, veio um sorriso que revela toda esta sensação e, com este blog, esse tal sorriso pretende ser partilhado, mostrado, vivido e sentido por todos vocês que me acompanham em cada segundo. Que seja assim então e “Que o vento vos traga e nos leve”.