Acreditava eu que tudo na vida tinha um ponto final, que um dia diziamos “chega!” e os momentos acabavam e não passavam de memórias. Mas afinal quando tudo isto recomeçou eu tinha razão: aquilo que nós vimos foram reticências e não o ponto final que pensámos que há muito existia. Conheco-te, conheces-me, conhecemo-nos. Sabemos cada palavra antes de a dizer, cada abraço antes de ele vir. Sabemos conversar apenas com uma troca de olhares, agarrar as mãos e sentir aquela segurança. Pela segunda vez na nossa vida deixámos de falar, deixámos que qualquer coisa tentasse superar esta amizade, mas afinal ela era das melhores e quando eu voltei tu vieste comigo, deste-me a mão e disseste que me conhecias e sabias que um dia eu ia cair com os pés na terra e ia falar contigo. Tinhas razão. Voltei. Mas não voltei como esperávamos. E agora estamos num circulo, aquele circulo que mostra as reticências de uma amizade desde crianças pequeninas pequeninas pequeninas. Hoje, depois de tantas zangas e reconciliações eu continuo a conhecer-te como poucos, contínuo a ser o apoio naqueles dias menos bons, contínuo a imbirrar contigo, mas também a sorrir. E agora? Agora “onde Deus me levar”…
Pelos melhores e pelos piores momentos, pelas pessoas esquecidas e por todas as outras a quem me orgulho de dizer bom dia com aquele sorriso tão característico, pelas alegrias vividas, pelos sorrisos guardados, pelas lágrimas vistas, sou apenas uma pessoa que quer guardar fragmentos de uma vida com porquês e senãos, perguntas e respostas e acima de tudo histórias e instantes. Uma rapariga como tantas outras que sorri enquanto chora, mas que também chora enquanto sorri. Afinal, não se trata de uma capacidade de escrever diferente, porque o jeito, esse ficou perdido algures no passado nos tempos em que tudo se escrevia num papel, mas de um conjunto de sentimentos que se querem partilhar, sem ter vergonha de tudo aquilo que vivo, sou e faço. Porque, cada momento e um momento e … “não se vê, sente-se”.
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